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Por quem os sinos dobram

Por quem os sinos dobram?

“A morte de qualquer homem me diminui, porque sou parte do gênero humano. E por isso não perguntes por quem os sinos dobram*; eles dobram por ti”. Jonh Donne

Mês pesado esse de Setembro, um ano e meio sem a Marina, mês Mundial de Campanha de Prevenção ao Suicídio.

Participei de algumas entrevistas e de um seminário, falando como sobrevivente enlutada, falei da dor do luto e do estigma social que familiares sofrem pela morte do seu ente querido.

Falei da falta de atenção e cuidado que algumas pessoas ainda tem quando ao levar a informação sobre o tema, de não explicar de onde vem a afirmação de que 90% dos casos poderiam ser evitados, do por quê a OMS insiste nesta taxa e que isso aumenta ainda mais a dor de quem ficou.

E devido a Campanha do Setembro Amarelo, parece que os casos que antes não seriam noticiados, pipocam, infelizmente ainda de forma sensacionalista, pois já no primeiro dia do mês recebi a notícia de uma rapaz de 19 anos que entrou para as estatísticas, sendo um dos 32 casos de mortes por suicídio ocorridas por dia no Brasil.

Logo pensei na família, mais uma que ficará se perguntando o motivo e pensando em que erraram e o que poderiam ter feito para ter evitado. E como foi noticiado por jornais e logo replicado por inúmeras páginas na rede social, os “especialistas” de plantão, já com o diagnóstico, saíram soltando suas maledicências.

E como é triste ler esses julgamentos, como é horrível perceber a vilania humana, a falta de respeito e de amor ao próximo. Pessoas que nem conhecem a família saem destilado preconceitos, ódio e ainda se intitulam cristãs.

Vejo em um Grupo do Facebook onde o intuito é acolher quem sofre e pensa em Suicídio com palavras de conforto e amparo, entram pessoas que julgam e xingam quem está passando por um momento de sofrimento e angustia, houve até uma encorajando quem ameaçava a cometer o ato a fazê-lo.

Depois, leio um relato de um motorista de aplicativo que tendo que ficar parado  na Terceira Ponte, entre as cidades Vitória e Vila Velha no estado Espirito Santo, devido a  uma pessoa que ameaça se jogar,  conta que os motoristas que  ficaram presos no trânsito, incentivavam o ato e no relato, diz que entre os que incentivavam, haviam pessoas que usavam “fitinhas amarelas” símbolo da prevenção do suicídio.

Mas a boa notícia foi de que ele não se jogou, os bombeiros, que são verdadeiros humanos e heróis, conseguiram resgatá-lo.

É muito desanimador tudo isso e penso que quando a Marina dizia que o mundo estava errado ela  tinha razão, que mundo é esse? Que pessoas são essas?

Confesso que acho que eu vivia em um mundo paralelo,  sei lá. Sei que vejo tudo de uma forma bem diferente de antes, e percebo muita maldade nas pessoas e também me pergunto, quem são essas pessoas tão frias?

Talvez pessoas que pensam que são imunes a essa mazela, intocáveis, cheios de si e de uma fé que nunca irá acontecer com elas ou com alguém próximo. Não que espero que as pessoas se coloquem no lugar das outras, pois empatia é artigo raro, mas sim que ao menos não façam aos outros o que não querem que façam com elas. Espero mesmo que não aconteça e por isso falo e escrevo sobre o assunto.

Mas em contra partida, vários eventos, vários profissionais, levando informação, explicando e ensinando sobre o Fenômeno Suicídio,  voluntários do CVV que se desdobram para dar conta de falar sobre o assunto, aos poucos a Sociedade está abrindo mais espaços para discussões para quebrar o TABU sobre o assunto, há lançamentos de  projetos de acolhimento e isso me dá um pouco mais de fôlego e um pouco de  esperança.

Esperança de que um dia possamos conviver com pessoas que amparem umas as outras, que tenham amor ao próximo, que não usem suas crenças distorcidas para machucar e magoar outras pessoas, que tenham compaixão e que ao escutarem os sinos que dobram, não se perguntem  por quem eles dobram, se atentem e lembrem  que os sinos dobram por elas também.

“Mais amor, por favor!”

*Por quem os sinos dobram

*Antigamente os sinos das igrejas eram usados como meio de comunicação anunciando vários eventos, e as badaladas fúnebres que faziam os sinos darem voltas neles mesmos,  dobrando, anunciavam a morte de alguém e era comum as pessoas ficarem perguntando umas às outras quem era a pessoa que havia morrido.

O escritor americano Ernest Hemingway, escreveu um livro com esse título e anos depois virou um filme.

1 Comment

  1. Renata disse:

    Como diz uma frase:

    “…Quem está longe, Julga
    …Quem está perto , Compreende…”

    Só mesmo quem fica sabe a dor de perder seu ente querido e o perigo de vida que as pessoas com depressão ou outros problemas mentais passam.
    Espero que um dia as pessoas tenham um pouco de amorosidade e empatia quando ouvir casos como esse e acolher a pessoas da maneira mais simples dizendo que está lá pra quando as pessoas quiserem falar , se deixando disponível.

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