O luto do sobrevivente
14/11/2017Espere por nós
17/11/2017Quem foi Marina
Nossa filha Marina Guedes Maximo nasceu em uma manhã de terça-feira quente e ensolarada do mês Março de 1997.
Marina foi uma pessoa maravilhosa, acreditamos que foi um anjo que Deus deixou sobre nossos cuidados por 20 anos.
Era uma menina linda, sorridente e engraçada, de uma generosidade ímpar.
Sempre foi estudiosa, adorava animes, videogame e séries.
Era uma filha amorosa, amava seus avós, tios, primos, amigos e tinha uma adoração pelo único irmão e era amada por todos.
Muito carinhosa sempre estava disposta a encontrar com amigos e com familiares, adorava uma festinha.
Não gostava de praticar esportes. Era desengonçada para dançar mas sempre arriscava alguns passos.
Gostava de tocar violão, fazer palavras cruzadas, amava café, achava que água de coco era a bebida mais maravilhosa do universo.
Era fã de heavy metal mas tinha um gosto musical bem eclético.
Gostava da cor laranja e usar touca mesmo no verão.
Sempre ficava mal humorada quando estava com fome e as únicas frutas que comia eram goiaba e maçã verde, não comia verduras e legumes mas se preocupava com a sua saúde.
Sua marca registrada eram as camisas xadrez e não podia tirar os óculos pois sem eles não enxergava nada.
Fazia um tiramissu maravilhoso, um risotto sem igual e detestava lavar louças.
Era desorganizada, tinha medo do escuro, de insetos e de não ser amada.
Odiava calor, a cor rosa, usar vestido, chinelos e tomar injeção.
Dizia que queria ter bastante dinheiro para poder comprar só chocolate belga, usar jeans Calvin Klein e viajar para a Europa.
Tinha o costume de comprar, ler e depois doar os livros.
Defendia os direitos humanos, a igualdade de gênero e a causa LGBT.
Falava inglês fluentemente e estava aprendendo Francês e Catalão e cursava Filosofia na UFABC.
Era cheia de amor, dizia que o mundo estava errado.
Estas eram algumas da peculiaridades da Marina. O significado dela em nossas vidas é praticamente inexplicável ela era a nossa menina, a filha amada e querida que nos ensinou o verdadeiro significado do Amor, o que é verdadeiramente Amar e esquecê-la para nós será impossível.
Nossa filha Marina Guedes Maximo faleceu em uma madrugada de terça-feira nublada e cinzenta no mês Março de 2017.
14 Comments
[…] que com tudo isso, nossa filha Marina permanecerá viva em nossos corações, em nossas lembranças e em nossos […]
Meus sentimentos. Os seres humanos são complexos. Cada um sabe o seu limite. Pessoas muito sensíveis não estão supirtando a dureza deste mundo. As frases de que mais recordo, quando penso em ir embora deste mundo é: tenhamos paciência. Conosco e com o mundo. E o velho ditado que funciona: depois da tempestade, sempre vem a bonança. Temos que pensar assim. Pois a realidade anda brutal. Marina é agora uma estrela que brilha. Felicidades aos que ainda estão na Terra e a amam.
Minha sobrinha no dia 30 de setembro de 2018 tentou suicídio, não faleceu mas está internada desde então com sequela neurológica gravíssima, basicamente virou uma planta, segundo os médicos não tem.mais volta, ela vai ficar vegetando. Ela tem uma filha de 3 anos, era casada. Sempre foi depressiva e estava tratando de um quadro de vicio em morfina. A família não é mais a mesma depois disso. O luto por suicidio ou tentativa é a coisa mais triste que existe
Sabe eu perdi a minha tia tem três meses e eu fico pensando como seria se eu tivesse naquele dia, como foi a manhã dela, se ela tomou café, se ela simplesmente acordou e decidiu tomar tal atitude… ela morava no prédio do lado da minha mãe mas a gente quase não se via ela sempre dava uma desculpa… Eu com 18 anos tentei suicídio foi por um triz, literalmente, meu batimento chegou a 30 e eu tive duas paradas cardiorrespiratória, eu vejo que muitas das desculpas que eu dei a minha tia deu só que todo mundo acreditava, muitas vezes alguém me chamava para fazer alguma coisa e eu falava que tinha algum compromisso ou se oferecia para ir na minha casa e eu dizia que ia sair mas era tudo mentira eu só ficava deitada na minha cama o dia inteiro e chorava e me cortava até que um dia eu fiz essas mesmas coisas só que eu tentei suicídio, até hoje eu me pergunto qual é o meu lugar no mundo se é que eu tenho algum lugar no mundo, o engraçado é que para muitos é drama frescura mas quem sofre com isso, quem já tentou alguma vez suicídio sabe que isso é um fantasma que persegue todos os dias, eu digo que é como matar um leão por dia. Você luta com você mesmo o tempo todo e parece que nunca vai ter fim… é complicado, eu vi o sofrimento dos meus pais, tive alta do hospital no dia do meu aniversário de 19 anos e prometi para eles que nunca mais tentaria fazer isso se hoje eu tô viva não é para mim é por eles porque para mim não tem sentido nenhum tá aqui.
Nasci em 10/03/1995
Renasci em 09/03/2014
Minha prima Lígia, suicidou-se ontem à noite. Embora morasse em outro estado, e tivéssemos pouco contato, me custa compreender uma tragédia assim. Ela só tinha 28 anos. Uma vida pela frente. Estudava, tinha uma família que a amava e que ela amava tb. Uma sobrinha xodó. A pergunta que me vem é: Por que??? Como sua alma chegou a tal ponto de aflição que ela viu como saída tirar a própria vida??? Que coisa mais triste. Sinto por meu tio, por sua esposa, irmã, sobrinha… Pela dor que vão aprender a conviver a partir de ontem, 01/05/2019. A vida de todos mudou radicalmente e peço a Deus que eles possam ressignificar a vida, buscando equilíbrio, paz de espírito e fé. A saudade será eterna…
Adriana, sinto muito por sua perda.
A primeira reação é de perplexidade e não querer acreditar, depois vem o tentar entender o motivo, logo após procurar por pistas e culpados e os “se tivesse feito isso, se tivesse agido assim ou assado, falado ou não ter falado”.
Não se conformar é natural, afinal a morte virá para todos nós, e tentar compreender quem resolve antecipar isso e principalmente quando se vai contra a natureza de pais enterrarem seus filhos, é muito difícil.
Um grande e forte abraço.
Adriana, boa tarde!
A dor de quem comete um ato suicida é imensurável. A pessoa realmente só deseja parar seu sofrimento e nada mais.
Eu imagino o quanto a vida de todos vocês mudou, mas vocês podem um dia ajudar outras tantas pessoas falando sobre a falta que sua prima faz a todos e que a solução jamais é desistir de viver. Desejo a vocês, calma e paz, para passar por esse momento tao difícil. Um forte abraço!
Espero sinceramente que você esteja melhor, Sthéfanny. E que consiga encontrar razões suas para viver. Passei por momentos delicados também. Achava a vida completamente sem sentido e por vezes desejei não ter nascido. E esse blog da Therezinha foi fundamental para mim. Pensei muitas vezes em suicídio, mas busquei ajuda profissional, mudei hábitos e hoje já não tenho esses pensamentos, mas sigo cuidando do meu corpo, mente e afetos. A vida é mesmo complicada, tem o adoecimento físico ou psíquico, problemas financeiros, familiares, amorosos, violência.. Mas acho que é possível encontrar razões pra viver, e aí não tem receita, cada um tem o próprio caminho. Não tenha vergonha de buscar ajuda e se abrir com alguém de confiança. E nem de fugir dos padrões sociais, se te fizer feliz e não prejudicar ninguém. Abraços.
Estou ha 10 meses enlutada por minha melhor amiga, que decidiu nos deixar em um ato impulsivo com apenas 32 anos. Ela ja lutava contra a depressão havia uns 2 anos ou mais. Ela não queria ter tomado essa decisão. Ela tinha medo de feriados e de ficar sozinha por medo de fazer o que passava pela sua cabeça. Há 10 meses que recebi de madrugada sua mensagem pedindo por ajuda, 1 minuto depois chorando se julgava, mais um pedia desculpas pelo que ia fazer por que eu não merecia mas ela não via saída. Ajudei o que pude durante todos o tempo, e sabia o que ela estava sofrendo. No fim nem o acompanhamento com psiquiatra a ajudou. Obrigada pelo espaço e por falar sobre isso. Só quem passou por isso sabe o que é. Só quem passou sabe. Parabéns pela quebra de tabu. Sabemos que é um problema de saúde pública e que precisamos fazer algo. E precisamos de ajuda pra desmitificar isso tudo. Um beijo grande e um abraço apertado.
Ana, sinto muito por sua perda.
Acredito que a grande maioria dos que se foram desta form, não queria ter feito o que fez, a depressão deixa a pessoa sem discernimento.
Mas enfim, o que nos resta é seguir em frente, com saudades mas com a consciência tranquila pela ajuda que você pode oferecer enquanto foi possível.
E sim, precisamos desmistificar e quebrar esse tabu e falar sobre suicídio, por isso escrevo e falo sobre o tema, para mostrar para outras pessoas que passaram pelo mesmo, que elas não estão sós, somos muitas, mas muitas vezes caladas com medo dos julgamentos de quem não faz ideia do que é perder alguém desta forma.
Um grande e forte abraço.
Boa noite…me chamo Keli Carletti e há 15 anos, no dia 29/03/2005, minha única e eterna irmã e amiga nos deixou, a Sabrina para sempre nossa Sabri…o tempo e Deus cuida da nossa mente, eles nos ajudam a seguir, a dor ameniza, mas a mente indaga oque nunca terá respostas…o dia mau chegou e nunca esqueceremos.
Sabe que sobre loucura, li o comentário da mãe que escreve de sua filha, a minha mãe ainda esta louca, hoje ela achou a melhor loucura de ser vó de minhas filhas, sabe quando ela pega elas no colo ou afaga elas parece que ela esta se remetendo ao passado, quando éramos as duas meninas dela…Ela chora todo dia um pouquinho, mais seu choro já é segurado pela alegria de Deus ter lhe dado a oportunidade de viver com duas crianças maravilhosas e carinhosas.
Tenho pensamentos suicidas há alguns anos. Sempre desejei ter filhos, e nem mesmo a chegada da minha pequena foi capaz de afastar esses pensamentos de mim.
Hoje foi um dia muito difícil pra mim, daqueles em que não conseguimos encontrar uma saída.
É mesmo com tanta dor, não consigo deixar de pensar em como ela cresceria sem me ter por perto.
Então eu busquei por relatos de pessoas que viveram o luto pelo suicídio, é assim encontrei o de vocês, que me tocou profundamente.
Espero um dia conseguir viver sem esses pensamentos e poder desfrutar de uma vida feliz ao lado da minha família .
Iara,
Obrigada por sua mensagem.
As vezes penso que se minha filha tivesse conhecido algum relato sobre como é o luto por suicidio e da destruição que uma morte dessas deixa nas famílias, talvez a história seria outra.
Espero que você encontre maneiras de cuidar de sua dor e conseguir seguir adiante vivendo um dia de cada vez.
Um grande e afetuoso abraço.
Boa noite Iara, meu nome é Keila, tenho 29 anos, tenho um filhinho lindo chamado Luís Miguel de 1 ano e 4 meses, estou vivendo isso, hoje tive uma crise muito forte, tensa, quebrei um quadro que gostava muito, machuquei a mão e fiquei deitada no chão do quarto chorando até meu marido e nosso bebê chegarem. Sabe Iara eu estava pesquisando sobre o luto da família quando alguém se suicida pra tentar saber como seria a vida do meu marido e do meu filho, dos meus pais, enfim, mas eu não quero desistir, eu quero lutar, porque eu assim como você também quero conhecer a felicidade, as vezes acho que sou tão egoísta porque tenho um ótimo marido, temos nosso bebezinho e ainda assim essas vozes não saem da minha cabeça. Às vezes penso que se eu morresse a vida deles seria melhor, encontrariam alguém que os amasse e cuidasse deles como merecem, mas em contrapartida eu quero ser essa mulher entende, a mulher de quem meu marido e meu filho tenham orgulho, quero ser forte e superar tudo isso, sabe, eu não tenho medo medo da morte.as tenho medo do que isso pode causar a minha família. Enfim, estou tentando seguir, vivendo um dia de cada vez, quero ser feliz, felicidade mesmo de verdade, não quero ser um número a mais nas estatísticas, isso me dói, hoje foi a primeira vez que falei em voz alta que não quero morrer, falei para meu marido, foi desesperador, tornou tudo muito real, mas é a verdade, eu quero viver, viver por mim, por eles, porque eu não tô preparada pra ir embora, estarei orando por você, por nós, nós venceremos Iara, acredite, nós venceremos! 🙏🏼🥹❤️🩹