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As coisa que uma mãe espera nunca ter que fazer por um filho

Ela não resistiu ela morreu.

Foram essas as palavras que ouvimos na madrugada do dia 14/03/2017 que mudou as nossas vidas.

Eu e meu marido, lado a lado de frente à uma médica plantonista e de uma enfermeira daquela noite. Em  pé ao lado das portas da UTI do Hospital onde minha filha Marina esteve por 18 dias em coma, foram 20 dias de internação, depois de ter tomado uma grande quantidade de medicamentos. 

Como assim? Ela estava bem horas antes! Não estou acreditando, não é possível!

Mas infelizmente não era um pesadelo, era real. Nós ali parados acabávamos de receber a pior notícia de nossas vidas, perdemos nossa filha, ela não resistiu, ela morreu.

Minhas pernas ficaram bambas, pedi para sentar, me deram água, não consegui chorar, fiquei em choque.

Como assim? Morreu? Ela estava  bem, queria até ir para casa!

“Ela teve uma parada cardiorrespiratória. Vocês querem ligar para alguém? O Hospital liga, pode ser para celular. Vou precisar de sua assinatura para liberar o corpo, vou te entregar os pertences dela, os exames… na recepção vão te dar as coordenadas de como agir daqui pra frente.  Ahh, nós demos banho nela, o corpo já desceu para o necrotério.   Eu sei que é difícil, minha mãe também enterrou um filho…”

Essas foram as palavras da enfermeira chefe do setor da UTI daquele hospital. Essas palavras ecoam até hoje na minha cabeça. Não dá para esquecer e não foram só as palavras, foi a forma que elas foram ditas.

Assinei os papéis, confesso que nem li,  peguei o envelope, o saco contendo os pertences da Marina e desci para a recepção para seguir com os trâmites, registrar o óbito, falar com a funerária, escolher caixão, essas  coisas que uma mãe espera nunca ter que fazer para um filho.

1 Comment

  1. cicero Figueiredo disse:

    Lamento profundamente ter que fazer comentários a respeito de uma passagem, de uma historia de vida e morte, e é justamente por ser mais um entre tantos que nunca se preparou para o inevitável, para unica certeza que temos nessa vida a de que a morte chega um dia para todos.
    Acompanhando a narrativa e descrição de quem era a Marina confesso que só poderia imaginar um futuro promissor para uma moça jovem, inteligente e com visão de um mundo real e em constante transformações. .
    Acredito que a morte independente de como ocorra, machuca , fere e nos mata infinitamente enquanto vivermos principalmente quando quem se foi era uma pessoa amada, que dava amor, que tinha sonhos e sonhava os sonhos dos outros como se fosse seu, deixa uma sensação um sentimento de que algo ficou pela metade .
    Procurei por longas horas alguma palavra de conforto para adicionar à esse comentário, peço que me perdoem a sinceridade pois não encontrei a não ser a seguinte afirmativa. *A de que durante o tempo em que estivermos juntos em vida façamos o nosso melhor, para que o nosso melhor permaneça para sempre*.

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